Escritórios prontos para um futuro pós-covid

A renovada sede da Nestlé, construída pela Vector Mais com projecto da Openbook

A renovada sede da Nestlé, construída pela Vector Mais com projecto da Openbook

Depois de mais de um ano de pandemia, a vacinação oferece esperança para um retorno à normalidade e com isso o regresso ao escritório em pleno parece estar mais perto do que nunca. No entanto, esta situação imprevisível moldou a forma como muitas empresas e os seus colaboradores encaram a forma de trabalhar.

Enquanto as previsões do fim dos escritórios parecem agora exageradas, existe um consenso geral que a pandemia se tornou uma oportunidade única para repensar os espaços de trabalho e a própria cultura das empresas.

Desde o ano 2000, a Vector Mais tem observado de perto as mudanças nos escritórios, tendo construído e desenhado centenas de espaços de trabalho até hoje. Nesse sentido, deixamos aqui três tendências que já estão a moldar alguns escritórios do presente e que vão influenciar muitos mais no futuro.

Flexibilidade

Se houve uma lição tirada do último ano é que a flexibilidade é fundamental na forma como as empresas operam e como as equipas trabalham e comunicam entre si. Mesmo com o regresso ao escritório é essencial entender os fluxos individuais de trabalho de cada colaborador, permitindo adaptações aos horários de trabalho presenciais e dias de teletrabalho. Desta forma, o equilíbrio entre a vida laboral e pessoal torna-se mais saudável, promovendo a produtividade e a felicidade dos colaboradores. Estas medidas também impulsionam a responsabilidade individual e um trabalho dirigido por objectivos e não pelo presentismo.

Organização do Escritório

Com o aumento da flexibilidade é necessário que o escritório reflicta a forma de trabalho distribuída e que se torne um local onde os colaboradores têm vontade de voltar. Em vez de ser um espaço com um posto de trabalho dedicado a cada colaborador, o escritório pós-covid assume-se como um clube, um local de sociabilização e que promove a criatividade. Nesse sentido, as zonas lounge e de colaboração assumem um papel essencial por serem os locais onde as melhores ideias são desenvolvidas e onde a cultura corporativa é promovida informalmente. Os colaboradores podem já não querer estar cinco dias por semana no escritório, mas quando voltam pretendem estar num espaço inspirador e que os lembre dos valores e objectivos da empresa.

O Modelo Hub-and-Spoke

Enquanto a reorganização da sede (Hub) de uma empresa é essencial, a criação de escritórios satélite (Spoke), instalados perto dos locais de residência dos colaboradores, é um modelo muito interessante para reduzir os tempos de deslocação para o trabalho e manter a cultura corporativa viva. Enquanto a sede se mantém como o principal ponto de encontro das equipas, e a casa pode ser um espaço de trabalho ocasional, estes satélites são uma forma de acabar com o isolamento do teletrabalho. Permitem que as pessoas interajam com colegas numa base regular, sem os constrangimentos das deslocações e promovendo a mobilidade dos colaboradores. Este modelo também é especialmente apelativo para empresas em crescimento, que pretendam atrair novos talentos através de um modelo de trabalho distribuído entre a sede, a casa e o escritório satélite.